Iniciativa oferece apoio a pacientes com câncer
Margarida Rodrigues Vargas, psicóloga, é mais um exemplo de voluntariado que deu certo. Em 1999, foi a Belo Horizonte fazer um curso de especialização em psico-oncologia e conheceu um grupo de apoio que ajudava pessoas com câncer, se interessou pelo trabalho e resolveu implantá-lo em Muriaé. As atividades começaram em setembro de 2001, com o apoio de profissionais como Gilca Napier (musicoteraputa), Fernanda Canêdo (nutricionista especializada em nutrição oncológica) e Célia Freitas Bandeira de Mello (pós-graduada em psiquiatria).
Margarida Rodrigues Vargas, idealizadora do projeto Di Vida
A formação do grupo enfrentou dificuldades no início: "As pessoas ficavam desconfiadas porque não tinham que pagar para freqüentar as reuniões. Assim, foi difícil encontrar membros para começar aos trabalhos", afirma Célia Mello. Porém, com o reconhecimento do projeto pela sociedade, este comportamento mudou. Hoje, a sala onde são realizados os encontros está "lotada".
Nestas reuniões acontecem trocas de experiências e informações não só sobre o câncer, mas também sobre a vida de um modo geral. Os profissionais que compõem o grupo selecionam textos sobre assuntos diversos, que são lidos e discutidos por todos. Além disso, aplicam técnicas de relaxamento, realizam trabalhos que facilitam a expressão das emoções e estimulam a participação de todos, aceitando sugestões de temas trazidos por pacientes e familiares.
Membros do grupo Di Vida
Após o encontro, as necessidades de cada paciente são avaliadas e podem ser feitos encaminhamentos para outros profissionais de saúde como dentistas, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros. "Aqueles que necessitam, também recebem ajuda psicológica", conta Margarida.
Foi o que aconteceu com Marlene Luiza Néri Cassimiro, 49 anos. Em 1994, ela descobriu que estava com câncer, pouco tempo após ter perdido o pai com a mesma doença. Como ainda sofria com a morte dele, resolveu buscar ajuda no grupo Di Vida. Conheceu o projeto por meio de um anúncio no rádio. "As reuniões me ajudaram a superar as dores", recorda. Hoje, já curada, ela recomenda que todos procurem auxílio. "Foi através do grupo Di Vida que passei a perceber que eu não era a única a ter problemas". Marlene conta ainda que, após os encontros, começou a sentir-se mais segura e feliz. A dona de casa continua freqüentando as reuniões toda quarta-feira, às 18h30, no edifício Bronze, na rua Barão do Monte Alto, 125, sala 101.
O grupo ainda confecciona bijuterias cuja venda é revertida para atividades da própria oficina e para atender às necessidades dos pacientes, como a compra de remédios.
Venda das bijuterias confeccionadas pelo grupo
Há oito anos no comando do projeto, Margarida Rodrigues, conhecida como Gôza, considera essa a melhor coisa que já realizou. “Este trabalho mudou a minha vida profissional e pessoal, me tornou uma pessoa mais feliz".
Os interessados em participar ou colaborar com a iniciativa, basta entrar em contato pelo telefone (32) 3722-4979 ou comparecer às reuniões.
Mirian Silva
Fonte/Pesquisa: www.kitcom.com.br/grupodevida
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