quinta-feira, 4 de junho de 2009

APAE Muriaé

Dedicação e amor aos portadores de deficiência
Caroline Teixeira sofreu paralisia cerebral ao nascer. Ela freqüenta a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Muriaé (APAE) desde os oito meses de idade. Hoje, com 15 anos, após um longo período de tratamento, obteve melhoras significativas do controle motor (reflexos e movimentos) e entendimento (interação com as pessoas). Porém, atualmente, a família enfrenta diversos problemas cotidianos, como:
  • a falta de assistência do poder público: um portador de deficiência demanda muitas despesas. São fraldas, remédios, aparelhos, alimentos, e o auxílio governamental é insuficiente. Caroline gasta cerca de R$1.000,00 por mês e recebe do governo federal um benefício equivalente ao salário mínimo;
  • as dificuldades na locomoção: o município dispõe de apenas três linhas de transporte público adaptadas e o número de rampas nas ruas é insignificante, o que dificulta o acesso dos usuários de cadeiras de rodas;
  • e o preconceito: por onde ela passa, muitos olham com estranheza e tratam-na com indiferença.
Caroline Teixeira recebe atendimento desde os oito meses de idade
A APAE-Muriaé atua no sentido de amenizar as dificuldades dos portadores de deficiência. Para isso, fornece alimentos, roupas e ajuda financeira às famílias carentes, além de promover e articular ações de defesa dos seus direitos, buscando a melhoria da qualidade dos serviços prestados e na perspectiva da inclusão de seus usuários.
Pacientes da APAE-Muriaé
A instituição oferece atendimento clínico para, aproximadamente, 400 pacientes portadores de deficiência mental, física, auditiva, visual, além de outras síndromes. O trabalho é realizado por uma equipe composta de pediatra, psiquiatra, neurologista, terapeuta ocupacional, assistente social, fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, dentista e enfermeira. A evolução no tratamento é registrada pelo clínico responsável em fichas individuais, o que permite acompanhamento e decisão sobre a necessidade de mudança nos procedimentos. Tudo é feito separadamente, de acordo com cada setor.
Recebem acompanhamento de fonoaudióloga

Baseada na lei nº 9.394-96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, a entidade também executa um trabalho de inclusão social, buscando condições de igualdade e oportunidade para os excepcionais. Existem na Escola Estadual de Educação Especial Walter Vasconcelos (APAE-Muriaé) variadas modalidades de ensino para atender às necessidades dos alunos.

As atividades se dividem em dois campos de ação:

  • salas de recursos – espaços organizados com materiais didáticos, pedagógicos, computadores e profissionais habilitados para minimizar as limitações, promover o desenvolvimento cognitivo e aprimorar o conhecimento dos alunos;
  • oficina pedagógica de formação e capacitação profissional – uma espécie de laboratório que testa as aptidões e habilidades dos alunos, com a finalidade de capacitá-los profissionalmente para o mercado de trabalho.

A participação da família é muito importante. Para isso, foi criado o projeto “Portas abertas”, com o objetivo de estabelecer relações entre as famílias, por meio de reuniões, palestras, encontros, onde são discutidos os métodos a serem utilizados durante o tratamento. Alguns familiares acompanham o paciente diariamente, trocando informações constantes com todo o corpo docente e clínico.

É importante ressaltar que muitas iniciativas só são possíveis em Muriaé e região graças à colaboração de pessoas que contribuem para manutenção da APAE. Os interessados em ajudar de alguma forma ou que simplesmente desejam conhecer a instituição devem entrar em contato pelo telefone (32) 3721-1905 ou ir à rua Nicolau Taranto, 594, bairro Cerâmica. Para mais informações ou esclarecimentos, acesse o site: www.apaemuriae.com.br.

Juliano Moreira

Grupo Di Vida

Iniciativa oferece apoio a pacientes com câncer

Margarida Rodrigues Vargas, psicóloga, é mais um exemplo de voluntariado que deu certo. Em 1999, foi a Belo Horizonte fazer um curso de especialização em psico-oncologia e conheceu um grupo de apoio que ajudava pessoas com câncer, se interessou pelo trabalho e resolveu implantá-lo em Muriaé. As atividades começaram em setembro de 2001, com o apoio de profissionais como Gilca Napier (musicoteraputa), Fernanda Canêdo (nutricionista especializada em nutrição oncológica) e Célia Freitas Bandeira de Mello (pós-graduada em psiquiatria).
Margarida Rodrigues Vargas, idealizadora do projeto Di Vida
A formação do grupo enfrentou dificuldades no início: "As pessoas ficavam desconfiadas porque não tinham que pagar para freqüentar as reuniões. Assim, foi difícil encontrar membros para começar aos trabalhos", afirma Célia Mello. Porém, com o reconhecimento do projeto pela sociedade, este comportamento mudou. Hoje, a sala onde são realizados os encontros está "lotada".
Nestas reuniões acontecem trocas de experiências e informações não só sobre o câncer, mas também sobre a vida de um modo geral. Os profissionais que compõem o grupo selecionam textos sobre assuntos diversos, que são lidos e discutidos por todos. Além disso, aplicam técnicas de relaxamento, realizam trabalhos que facilitam a expressão das emoções e estimulam a participação de todos, aceitando sugestões de temas trazidos por pacientes e familiares.

Membros do grupo Di Vida

Após o encontro, as necessidades de cada paciente são avaliadas e podem ser feitos encaminhamentos para outros profissionais de saúde como dentistas, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros. "Aqueles que necessitam, também recebem ajuda psicológica", conta Margarida.
Foi o que aconteceu com Marlene Luiza Néri Cassimiro, 49 anos. Em 1994, ela descobriu que estava com câncer, pouco tempo após ter perdido o pai com a mesma doença. Como ainda sofria com a morte dele, resolveu buscar ajuda no grupo Di Vida. Conheceu o projeto por meio de um anúncio no rádio. "As reuniões me ajudaram a superar as dores", recorda. Hoje, já curada, ela recomenda que todos procurem auxílio. "Foi através do grupo Di Vida que passei a perceber que eu não era a única a ter problemas". Marlene conta ainda que, após os encontros, começou a sentir-se mais segura e feliz. A dona de casa continua freqüentando as reuniões toda quarta-feira, às 18h30, no edifício Bronze, na rua Barão do Monte Alto, 125, sala 101.
O grupo ainda confecciona bijuterias cuja venda é revertida para atividades da própria oficina e para atender às necessidades dos pacientes, como a compra de remédios.
Venda das bijuterias confeccionadas pelo grupo
Há oito anos no comando do projeto, Margarida Rodrigues, conhecida como Gôza, considera essa a melhor coisa que já realizou. “Este trabalho mudou a minha vida profissional e pessoal, me tornou uma pessoa mais feliz".
Os interessados em participar ou colaborar com a iniciativa, basta entrar em contato pelo telefone (32) 3722-4979 ou comparecer às reuniões.
Mirian Silva

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Casa da Menina

Uma casa como outra qualquer

Há 47 anos, Muriaé e região contam com uma instituição que atende meninas carentes e órfãs de pai e de mãe. Num regime de semi-internato, elas passam a semana inteira aos cuidados de profissionais voluntários, que trabalham afinco não somente para atender as necessidades básicas de cada uma das meninas, mas também para dar a elas carinho e amor.
Muitas meninas chegam à Casa por que foram rejeitadas pelos familiares. Algumas nem conhecem os pais; foram criadas por tios, padrinhos ou avós. Por isso a maior dificuldade da instituição é a carência das crianças. Na maioria das vezes são meninas conduzidas pelo Conselho Tutelar.
Os profissionais que trabalham na Casa, incluindo a sua diretoria (exceto as quatro estagiárias mantidas pela Prefeitura de Muriaé) doam seu tempo livre e conhecimento sem direito a nenhuma remuneração ou vantagem. Simplesmente o fazem pelo prazer de ajudar as crianças a sorrir, e a ter melhores condições de vida.
A Casa da Menina sobrevive de doações e, por isso, é obrigada a limitar o número de crianças, bem como a faixa etária. Atualmente são 40 meninas de 6 a 12 anos. Mas já houve o tempo em que elas ficavam hospedadas até se casarem e constituírem sua própria família. Muitas ainda visitam o lar e ajudam no que é necessário.
Uma das diretoras da Casa, Rita de Cássia Roriz, afirma que a instituição é “uma casa como outra qualquer”. Por isso precisa ser mantida com o elementar: alimentos, roupas, produtos de higiene pessoal e limpeza.
Otávio Darowisch
Assista um trecho da entrevista concedida por Rita de Cássia Roriz ao Canal Universitário da Faculdade de Minas - Faminas

Pastoral da Criança

Voluntários realizam trabalhos voltados para crianças e famílias carentes
Criada em 1983, a Pastoral da Criança tem como objetivo promover o desenvolvimento integral das crianças, desde a gestação até os seis anos de idade. Todo trabalho é baseado na solidariedade e na multiplicação do saber, por meio de ações preventivas que favoreçam a integração entre a família e a sociedade.
Atualmente, cerca de 260 mil voluntários acompanham mais de 1,8 milhão de crianças e 95 mil gestantes em mais de 42 mil comunidades de 4.066 municípios brasileiros. “Somos uma porção de formiguinhas que se junta, cada uma no seu bairro, no seu município, para atender todo o Brasil”, afirma Lucimar de Souza Freire, coordenadora da Pastoral da Criança da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, localizada no bairro da Barra, em Muriaé.
Os voluntários desenvolvem ações de saúde, nutrição, educação, cidadania e espiritualidade de forma ecumênica nas comunidades carentes. A Paróquia da Barra, por exemplo, atende aos bairros Gaspar, Barra, Aeroporto e Patrimônio São José, beneficiando cerca de 130 crianças. Um trabalho diário, realizado por aproximadamente 50 voluntários divididos entre coordenadores, líderes e apoiadores. Segundo Lucimar Freire, as demais paróquias seguem o mesmo ritmo para que todas as comunidades sejam atendidas. Cada voluntário desenvolve uma atividade, de acordo com sua disponibilidade.
Quatro etapas compõem a rotina da Pastoral da Criança. Inicialmente, é feita uma visita domiciliar – acompanhamento individual das famílias; logo após a visita, acontece a celebração da vida – reunião entre as famílias para avaliar o desenvolvimento de suas crianças e proporcionar a troca de experiências e solidariedade na comunidade; em seguida, uma pausa para a reflexão e avaliação – reunião entre os líderes, apoiadores e o coordenador; e, por último, enumeram as famílias que necessitam de atenção maior no mês seguinte. “A Pastoral presta um serviço de orientação, encaminhamos as crianças para os postos de saúde, creches e escolas”, destaca Lucimar.

Celebração da vida – Março de 2009

Nestes encontros todas as crianças são pesadas e medidas

Desde o início de suas atividades, a Pastoral da Criança busca formas eficientes para medir seus resultados. Para isso, utiliza diversos instrumentos. Alguns exemplos são:

a) o guia do líder – reúne informações e orientações para os voluntários sobre os cuidados, direitos e deveres e educação da criança, promoção da paz na família e alimentação enriquecida;

b) o caderno do líder – reúne indicadores referentes à criança e à gestante que são acompanhados pelo líder, entre outras informações;

c) os 10 mandamentos para a paz na família – sintetizam os princípios que regem a mensagem de paz que o líder partilha com as famílias que acompanha;

d) laços de amor – a cada mês, as gestantes recebem uma cartela com as principais informações sobre o desenvolvimento do bebê, as alterações no corpo da mulher e incentivos para que ela faça seu pré-natal;

e) colher-medida do soro caseiro – colher plástica que tem as medidas exatas de sal e açúcar usadas no preparo do soro caseiro;

f) balança – a cada mês, no dia da celebração da vida, o peso das crianças é anotado no caderno do líder;

g) cartão da gestante e caderneta da criança – esses cartões são entregues aos pais pelo serviço de saúde.

Materiais utilizados pela Pastoral da Criança

Além disso, foi desenvolvido um sistema de informação, via internet, que pode ser consultado pelo público em geral. Com essas informações, é possível avaliar as ações desenvolvidas, definir objetivos e motivar os voluntários. Os relatórios trimestrais estão disponíveis no site www.pastoraldacrianca.org.br.

A dedicação de seus voluntários rendeu à Pastoral da Criança prêmios e distinções de centenas de organizações e instituições nacionais e internacionais, mas o maior reconhecimento vem das famílias que participam da iniciativa. Para Lucimar Vieira, 35 anos, mãe de seis filhos, a obra ajudou no desenvolvimento deles. “Eu sempre participei, meus seis filhos receberam acompanhamento da pastoral”.

Lucimar de Souza Freire, 39 anos, trabalha como voluntária desde 2004. Segundo ela, é preciso gostar de criança, ter paciência e dedicação. “É muito bom participar da Pastoral da Criança. Quem vem se apaixona e não quer sair mais”. Já Nilson Macedo, 50 anos, e sua esposa estão iniciando seu trabalho na pastoral e se sentem motivados, pois colaboram com o desenvolvimento das crianças. “Somos apoiadores há cerca de um ano. Para nós, é muito gratificante”.

Os interessados devem procurar a secretaria da paróquia mais próxima de casa e deixar nome, endereço e telefone. O primeiro contato será feito por um membro da Pastoral da Criança. De acordo com a disponibilidade da pessoa, ela é convidada a participar das primeiras reuniões e iniciar seu trabalho. As doações também podem ser feitas em todo o país, por meio das contas:

Banco do Brasil
Agência: 1244-0
Conta Corrente: 23889-9

Banco HSBC
Agência: 0058
Conta Corrente: 12345-53

Juliano Moreira

Pesquisa/Fonte: www.pastoraldacrianca.org.br

Aprenda a fazer o Soro Caseiro

Fonte/Pesquisa: www.pastoraldacrianca.org.br

Seja um voluntário da Pastoral da Criança

Fonte/Pesquisa: www.pastoraldacrianca.org.br

Pastoral da Juventude

Novas oportunidades ao jovem muriaeense
Criada na década de 70 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Pastoral da Juventude (PJ) tem como objetivo promover a união dos jovens a partir dos ambientes onde vivem. “Os grupos de jovens nascem das necessidades das próprias comunidades, seja na área urbana, rural ou na periferia”, destaca Vinnicius Mendes Ventura, 23 anos, assessor diocesano da PJ-forania de Muriaé.
A metodologia da PJ é baseada nos seguintes procedimentos: ver, julgar, agir, rever, e celebrar. Incluindo ações de cidadania, por meio do Processo de Formação Integral, ela atua nas áreas:
  • Afetiva – apoio emocional;
  • Social – integração do jovem no grupo e na comunidade;
  • Espiritual – colabora para o crescimento do jovem na fé;
  • Política – desenvolve o senso crítico e estimula o jovem a tornar-se sujeito transformador da história;
  • Técnica – capacita para liderança, planejamento e organização participativos.
Desde quando entra no grupo, o jovem é preparado para se tornar um militante na própria PJ ou em outros movimentos sociais. Para Vinnicius Ventura, que trabalha na PJ há 12 anos, o que mais marca na Pastoral são as reuniões de cada grupo: “O momento em que cada grupo se reúne para discutir temáticas relacionadas à juventude e à sociedade em geral”.
Em Muriaé, a inicitiva existe desde 1984. Atualmente, 12 voluntários coordenam cerca de 30 grupos espalhados pelo município e região. Cada um deles é composto por 8 a 15 jovens, entre 15 a 29 anos. Cada grupo possui um coordenador que realiza as reuniões na própria comunidade. Nestes encontros, eles elaboram e executam projetos, eventos e ações comunitárias. “São jovens evangelizando os próprios jovens”, enfatiza Vinnicius.
Membros da PJ-forania de Muriaé
Uma vez por mês os coordenadores se encontram com a equipe de assessores na Casa das Pastorais Sociais (rua Dr. Marcos Tarcisio, 145 – Barra) para refletir, traçar metas e avaliar os resultados obtidos. A PJ se preocupa em identificar quais as principais necessidades e demandas da juventude. Como conseqüência disso, foi criado, em Muriaé, um comitê que luta para implantação do Conselho Municipal da Juventude no município. “Com a criação do conselho haverá a junção das políticas públicas da juventude na cidade. Vamos capitar recursos para projetos voltados à juventude, principalmente, em comunidades carentes”, explica Vinnicius.
Encontro de Assessores – Março de 2009
Dentre os inúmeros projetos e ações desenvolvidas pela PJ-forania de Muriaé, o “Semente do Novo” merece destaque. Trata-se de um informativo mensal, inspirado no “Teias da Comunicação” da PJ nacional que cuja proposta é a criação de uma rede de produção e difusão de idéias e informações, se tornando um canal democrático e criativo para fortalecer a PJ junto à sociedade. Seu primeiro exemplar foi publicado em 2006, hoje com mais de três anos de história, chegou a sua 39º edição em maio deste ano.
Karla Maria Penido da Fonseca, 20 anos, participa da PJ desde os 13. Hoje realiza um sonho: trabalha como voluntária, exercendo a função de secretária na coordenação da PJ-forania de Muriaé. “Quero discutir mais a fundo os anseios da juventude e tomar decisões que muitos não tomariam para melhoria de vida do jovem. É uma experiência muito gratificante ver que o meu trabalho está ajudando outras pessoas”.
Faça parte dessa iniciativa
Para os que desejam conhecer ou realizar um trabalho, assim como Karla, é só procurar o grupo de jovens da Paróquia mais próxima de casa. O assessor diocesano, Vinnicius Ventura, deixa uma mensagem de incentivo para os jovens que ainda não conhecem a PJ: “Dê sua opinião, faça parte do grupo, desenvolva uma ação voltada para comunidade. Coloque sua criatividade, credibilidade e força, a serviço do próximo”.
Juliano Moreira
Fonte/Pesquisa: http://www.pj.org.br/
Informativo “Semente do Novo”, mais de 3 anos de história

Obra Unida Lar Ozanam

Entidade mantém cerca de 60 idosos com ajuda da comunidade

A Obra Unida Lar Ozanan, localizada na rua Zeno Luiz Mazzoco, 100, no bairro Planalto, em Muriaé, foi criada pela Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) e beneficia atualmente cerca de 60 idosos. Desses, um, em especial, nos chamou a atenção, devido à sua vitalidade. Ao chegarmos ao lar, encontramos no corredor um senhor com cabelos grisalhos, com dificuldade para caminhar, devido a um problema na perna, toalha no pescoço e um recipiente nas mãos contendo sopa de fubá, já que estava na hora de mais uma refeição.

Aproximamo-nos, então, de Antônio Teodoro Banni, 64 anos que, descontraído, começou a falar sobre a sua vida. Morou 4 anos num asilo em Miradouro e há 1 ano está no Lar Ozanan, onde planta flores, cuida da horta e ainda ajuda os pacientes com problemas de saúde e dificuldades de locomoção. “Gosto de ajudar e de viver aqui. Todos me tratam muito bem. As enfermeiras me chamam, até, de ‘meu amor’”, conta Antônio. Logo depois, Banni nos levou para conhecer os demais internos e encontramos alguns com a saúde debilitada.
Antônio Teodoro Banni, 64 anos, morador do Lar Ozanam
Segundo João Calais, diretor do Lar há 21 anos, muitos deles chegam ao local hipertensos e cardíacos. Além disso, sofrem com a solidão e o abandono. “Eles são recebidos aqui sem distinção de raça, cor, ou religião. A prioridade número um é que sejam carentes, sem parentes ou conhecidos que se responsabilizem por eles”, afirma o diretor.

Dos 60 internos, sete não possuem benefício do INSS (aposentadoria), o restante colabora doando 70% do valor à entidade, ou seja, com o salário mínimo no valor de R$ 465,00, apenas R$ 325,00 é destinado à entidade, este valor foi estipulado de acordo com o Estatuto do Idoso. Aqueles que não recebem, a casa os mantêm com roupas, alimentação, atendimento médico e remédios.

Idosos reunidos no horário do almoço

O Lar Ozanam, como entidade sem fins lucrativos, enfrenta, todos os meses, problemas financeiros, já que os gastos com cada interno giram em torno de R$650,00 e as doações recebidas, muitas vezes, não alcançam este valor. “A luta é diária. Vamos à feira, ao comércio, a confecções e pedimos ajuda”, declara João Calais. Para suprir as necessidades, são realizados bazares de roupas usadas e bingos.

Segundo Domingos La Gata, presidente da diretoria do lar há 4 anos, o governo do Estado contribui com apenas R$ 3.000,00, o que não é suficiente para arcar com as despesas e ainda pagar o salário de 18 funcionários, entre enfermeiros, auxiliares de serviços gerais, cozinheiras e fisioterapeutas.

O trabalho realizado por Domingos é voluntário e, apesar das dificuldades encontradas todos os dias, ele diz que é gratificante, devido ao apoio que recebe da comunidade. Além dele, a diretoria é composta por um vice-presidente, um tesoureiro e um secretário que se reúnem semanalmente para administrar os problemas da instituição. Todos trabalham voluntariamente.

Para aqueles que desejam colaborar, as necessidades prioritárias do Lar Ozanam são fraudas descartáveis e mantimentos como arroz, feijão e açúcar. O telefone para as doações é (32) 3722-4367. De acordo com a assistente administrativa do lar, Fabiana Xavier, as visitas acontecem todos os dias das 14h às 16h e são muito importantes para os idosos. “O que eles mais precisam é de carinho e atenção. Sentem falta da família, de alguém para conversar e abraçar”.

Mirian Silva

Fonte/Pesquisa: http://www.larozanam.org.br/